TREM NOTURNO PARA LISBOA

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Raimund Gregorius é um professor de línguas antigas que vive a enfadonha rotina de ir da casa para o trabalho e vice-versa. Certo dia, essa rotina é interrompida quando ele encontra uma mulher misteriosa que, encostada à mureta de uma ponte, joga fora um papel ao perceber sua presença. Pensando que ela cometeria suicídio, aproxima-se e inicia uma conversa. Ao perguntar-lhe qual a sua língua materna, ela responde: “Português”.

A mulher misteriosa acompanha o professor até o trabalho e vai embora em seguida, deixando-o confuso e desconcentrado, tendo em mente apenas a palavra de estranha sonoridade. No meio da aula, abandona a escola e perambula pela cidade até entrar em uma livraria, onde encontra um livro escrito por um homem português e que mudará sua vida. No dia seguinte, ele embarca em um trem com destino à Lisboa.

Em “Trem Noturno para Lisboa”, Pascal Mercier conta a história surreal de um professor solitário, que abandona casa e emprego para ir atrás de um escritor em um país cuja língua ele não conhece, mas que não é nenhum empecilho para a sua “investigação”, visto que todos os portugueses que ele encontra pelo caminho falam fluentemente francês ou inglês, idiomas que ele domina muito bem apesar de sua língua materna ser o alemão.

O livro não chega a ser ruim, mas na tentativa – diga-se, sem sucesso – de filosofar, o autor escreveu uma história cansativa e arrastada, que não empolga. Muitas de suas páginas são dedicadas à narrativa do livro do português de quem o professor Raimund foi à procura e cuja personalidade é o oposto da sua. Ainda assim, continuei a leitura na esperança de um final surpreendente que valesse o esforço. Mas concluí o livro, decepcionado.

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